Orquestra e Heavy Metal, como é possível? Por Ana Carla De Carli – playFEAT

Com toda a certeza, o metal sinfônico é o gênero musical que mais congrega timbres em uma mesma obra. Guitarras, baixo e bateria se unem a violinos, violoncelos e piano, entregando aquele som gigantesco que tanto amamos.

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Com toda a certeza, o metal sinfônico é o gênero musical que mais congrega timbres em uma mesma obra. Guitarras, baixo e bateria se unem a violinos, violoncelos e piano, entregando aquele som gigantesco que tanto amamos.

Mas será que cabe todo mundo?

Quer dizer, não só em um palco para shows ao vivo, mas no próprio arquivo de áudio?

Quando pensamos em orquestra, imaginamos aquele grande grupo de músicos regidos por um maestro dentre as cinco classes de instrumentos:

– as cordas (violinos, violas, violoncelos, contrabaixos, harpas);
– as madeiras (flautas, oboés, corne-inglês, clarinetes, fagotes);
– os metais (trompetes, trombones, trompas, tubas);
– os instrumentos de percussão (tímpanos, triângulo, caixas, bombo, pratos etc.); e
– os instrumentos de teclas (piano, cravo, órgão).

Na verdade, nem sempre foi assim. A história da orquestra está intimamente ligada à história da música instrumental. Por volta de 1600, alguns compositores tentaram fixar qual seria a sua formação básica. Com o tempo, ocorreram algumas mudanças que até hoje persistem: o protagonismo dos violinos, o aumento da quantidade de instrumentistas vista à potência dos metais, a incorporação da percussão e, mais recentemente, a disposição de grande gama de timbres eletrônicos.

Instrumentos plugados

Portanto, os artistas de metal hoje que lançam músicas em formato orquestral podem fazê-lo de várias formas diferentes. O Metallica lançou o S&M (1999) unindo guitarra, baixo e bateria a uma grande sinfonia. Já a Anneke van Giersbergen retirou todos os instrumentos elétricos para o seu álbum Symphonized (2018). O Evanescence misturou guitarras, instrumentos orquestrais e batidas eletrônicas no seu Synthesis (2017). Em Human. :II: Nature. (2020) do Nightwish, fica mais evidente o protagonismo da orquestra sobre os instrumentos plugados.

“Cama de Teclado”

A elasticidade que possuímos hoje para versões orquestradas de canções de rock é perfeita para o compositor: se a ideia é manter o peso das guitarras, só sobra espaço mesmo para violinos e alguns timbres de sopro (é até comum ouvir a expressão “cama de teclado” entre os músicos). Quanto menos os instrumentos plugados aparecerem, criam-se mais espaços para o compositor utilizar os timbres orquestrais.

Tudo depende do objetivo do artista!

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Ana Carla De Carli

Crossover Singer | Songwriter | Vocal Producer | Voice Teacher 🗣️ 𝑪𝒍𝒂𝒔𝒔𝒊𝒄𝒂𝒍, 𝑷𝒐𝒑-𝑹𝒐𝒄𝒌 & 𝑫𝒓𝒊𝒗𝒆.

@anacarladecarli

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