Entrevista com Rodrigo Müller: Maestro da Orquestra Sinfônica de Limeira

Entrevista com o Maestro da Orquestra Sinfônica de Limeira, do estado de São Paulo. Foi um presente para nós conversar com um mestre em música. Venha conhecer um pouco sobre música clássica!

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Entrevista com Rodrigo Müller: Maestro da Orquestra Sinfônica de Limeira

Olá Sinfônicos, tudo bem?

Tive o imenso prazer e honra de bater um papo e entrevistar o Maestro que rege a Orquestra Sinfônica de Limeira, do estado de São Paulo, Brasil. Foi um presente para o nosso blog Playfonic poder conversar com alguém mestre em música, especialista em música clássica. Vocês terão a oportunidade de ler e conhecer a história dele, da orquestra sinfônica de limeira e a visão do maestro em relação à música clássica e o metal sinfônico. Fiquem com a entrevista:

Playfonic: Nos conte um pouco sobre a Orquestra Sinfônica de Limeira.

Rodrigo Müller: Bom, a orquestra sinfônica de limeira, esse ano completa 24 anos de atividade. Eu vim para Limeira em Outubro de 1995 através do convite do secretário da época, Farib, que também é o secretário atualmente. Ele já tinha o projeto com orquestra de cordas e já havia convidado outras pessoas, até então não havia dado sequência. Quando ele entrou em contato comigo para saber se eu tinha interesse, eu estava morando em Rio claro, sou nascido lá, e tinha um trabalho parecido por lá, porém, era um trabalho que eu não tinha começado.

Quando ele me chamou fiquei feliz, porque era isso que eu queria fazer. Eu sugeri que ao invés de começar com a orquestra de cordas, começar já criando uma orquestra sinfônica de formação clássica, ou seja, cordas, duas flautas, dois oboés, duas clarinetas, dois fagodes, dois trompetes, duas trompas, tímpanos e um percursionista. Mais ou menos uma orquestra (muito parecida como a de Mozart e a de Haydn), ou seja, não tão completa como é hoje. Uma formação mais simples, mais romântica: Tchaikovsky, Brahms. Para o que nós tínhamos na época era o possível. Enfim, começamos os trabalhos, as audições, os testes e dia 17 de novembro de 1995, fizemos nosso primeiro concerto, e então não paramos mais.

A ideia era começar a orquestra, para no ano seguinte começarmos o trabalho de formação, oferecendo aulas, porque quem começasse, já teria o ponto de onde ia chegar, e não o contrário.

Muitas vezes uma cidade quer começar uma orquestra a partir de uma escola, é muito demorado e muitas vezes nunca chega, porque você não sabe onde vai chegar, você não tem algo a almejar. No começo de 1996 começamos a fazer as oficinas de cordas, formando alunos, e isso foi crescendo, virou a Escola Livre de Música e hoje temos mais de 600 alunos atendidos. Grande parte dos músicos que integram a orquestra hoje foram formados na escola, muitos dos professores que hoje dão aula começaram na escola. E além da orquestra sinfônica, temos outras orquestras funcionando.

Então foi um trabalho de formação de alunos, de professores e formação de orquestras e da formação do público. A última orquestra em Limeira, com cara de sinfônica tinha sido há 50 anos atrás. E felizmente tem dado certo, cada vez melhor, cada vez maior, com um público cativo, com muita procura de alunos. No início deste ano de 2019, foram quase 800 pessoas procurando a orquestra para estudar foram 783 inscrições, o que é muito positivo por ser uma procura de pessoas jovens.

Concerto da Orquestra

Playfonic: De forma técnica e teórica, como você define a música clássica, a música erudita? E como ela é vista atualmente.

Rodrigo Müller: Então eu tenho falado muito disso nos concertos da série pingente, uma série itinerante, onde a gente leva a orquestra em alguns pontos da cidade.

A música Clássica eu dividiria em: música de concerto, e a música popular.

A música popular, pode se tornar um clássico, eu sempre digo que existe a música boa e a ruim, a música boa é um clássico, se não é, se tornará um clássico. Beatles é um clássico, Mozart é um clássico, que inclusive faz parte do Classicismo. Tom Jobim também é um clássico. E tem as coisas descartáveis que duram um verão e não fica mais.

A música clássica ou a música de concerto, é aquela que é concebida por um compositor de formação sinfônica. Quando a gente toca Beethoven, Mozart, Haydn, Bach, enfim, é pegar a partitura e executar. Quando a gente faz uma música de minas, como fizemos no concerto de música de Minas Gerais, nós fazemos duas partes. A primeira foi uma música escrita por um compositor erudito brasileiro Camargo Guarnieri que escreveu o tema para um filme brasileiro de 1958 sobre a Revolução de Vila Rica. Ele escreveu a trilha para esse filme e depois passou isso pra uma suíte sinfônica, uma peça para ser executada em um concerto. E ele escreveu todas as linhas, a gente pega a partitura (Guarnieri) e executa.

Na segunda parte, nós pegamos Milton Nascimento, Lô Borges, que não escreveram para orquestra, e entra o trabalho do arranjador (Manuel), que é outro profissional que transcreve aquela ideia do compositor (Milton, que fez a melodia para voz), e passa isso para uma nova “roupagem sinfônica”. Não foi o que o Milton escreveu o que tocamos, ele escreveu a música, mas foi o Manuel que fez com que aquilo virasse uma peça sinfônica.

Existem muitos arranjos como o de Rafael de Pra, um grande compositor e arranjador brasileiro, que ao ouvir a construção original de Chico tem parte de trombone e baixo, é tudo muito fantástico. Pode-se dizer que é uma música erudita, que pode ser executada em concerto.

Tom Jobim tem muitas composições clássicas, ele mesmo dizia que passou a escrever a música popular para poder ouvir as músicas que ele mesmo escrevia. Bom pra ele, bom pra nós!

Por exemplo, Villa Lobos é um compositor erudito, que viveu entre tribos indígenas, que pesquisou a música folclórica brasileira e ritmos para trazer isso paras salas de concerto. Muitos outros compositores fizeram isso, como Tchaikovsky que usou música folclórica russa dentro de sua sinfonia e suas obras.

A música popular, os ritmos populares e os ritmos eruditos sempre andam juntas, a diferença é o que fica, o que se torna um clássico e aquilo que se perdeu no tempo. Acredito que muita coisa que compositores eruditos escreveram tenham se perdido, não por não ser bom, mas por conta da dificuldade de edição da época, mas também não quer dizer que tudo que eles fizeram foram geniais. E teve peças que quando estreadas não deram certo, teve crítica negativa, passou-se alguns anos e foi descoberta uma preciosidade.

Concerto da Orquestra

Playfonic: A música clássica tem algo de especial, algo que para mim que é como se limpasse a alma. Me sinto bem ouvindo. Você acredita que a música tem um poder de transformar a vida das pessoas?

Rodrigo Müller: Sem dúvida nenhuma. A música transformou minha vida e acredito que de muitas pessoas. A música pela música, tem aquela que você vai ouvir e tem a convivência com ela.

A música é uma coisa fantástica, é uma arte absoluta, ela só existe naquele momento.

Tem sinfonias que eu toquei dezenas de vezes e cada vez é uma, é um momento diferente. A música que está no papel não existe, ela vai existir quando alguém tocar. Cada vez que eu tocar vai ser de uma forma, se alguém tocar, vai ser de outra, você vai tocar de outra forma, por mais que esteja tudo escrito. Por isso costumo tocar como se fosse a última vez, curto ao máximo, tenho pensado muito nisso, e tenho passado isso pro público.

Por exemplo, é cada vez mais difícil a gente sair de casa, então pra pessoa sair de casa, assistir a um concerto, ela merece ser recompensada com o melhor concerto, com a melhor performance, com o melhor que temos a oferecer. Nós vamos apresentar uma serenata de cordas de Tchaikovsky, que peça maravilhosa! Você pode achar gravações fantásticas dela na internet, mas não é a mesma experiência de uma orquestra, não vai sentir a energia da orquestra a poucos metros tocando, o que é muito diferente. Ela pode achar uma afinação e técnica melhor, mas não essa proximidade. Isso é um diferencial.

A música transporta a gente no tempo. Quantas vezes a gente ouve e lembra da infância e causa diferentes sensações?

Certa vez fizemos um trabalho com estudantes de psicologia para ver a reação que a música causava em cada um. Ouvindo a Sinfonia Patética, a sexta sinfonia de Tchaikovsky, que é extremamente densa (ele trazia muito dele pra música). E cada um sentiu uma coisa diferente: um sentiu alegria, outro melancolia. Então é isso, depende do momento que você está, do que você vai absorver. É como um quadro: às vezes a gente olha e vê uma história lá, o outro vê outra coisa. O gostar é relativo, a partir do momento que você passa a conhecer, passa ouvir, você pode gostar.

Tem muita gente que fala que não gosta de música clássica, porque é chata, mas nunca ouviu, ou comprou a ideia de alguém e muitas vezes quando vão assistir falam “nossa, que legal eu não imaginava que fosse assim”.

Com o aprendizado de música de orquestra você aprende ter muito senso de responsabilidade, você não é só responsável por você, mas por todo o andamento e funcionamento da orquestra. Para que tenha resultado, cada um tem que cumprir seu papel. Se nós conseguíssemos levar isso pra sociedade, tudo seria mais harmônico.

Mas nem tudo é lindo, tem estresse, tem cara virada, existe cobrança. Mas o resultado compensa tudo isso.

Concerto da Orquestra

Playfonic: E quando e porquê decidiu ser músico e maestro de uma orquestra? Conte-nos um pouco sobre sua trajetória.

Rodrigo Müller: Então, se eu falar pra você que eu não sei você acredita? (risos). Foi uma coisa que me aconteceu.

Eu pensava em muitas coisas que eu queria ser e fazer. Eu sou o único músico da família e minha irmã depois de mim. Eu tenho um tio da minha mãe que era amigo de um maestro em Rio claro. Ele foi me visitar e me trouxe uma flauta doce. Ela era bonita toda de madeira escura e minha mãe guardava numa gaveta de roupa. Quando entrei na sexta série da escola, naquela época as pessoas repetiam de ano, não tinha aprovação automática. Tinha um rapaz bem mais velho que eu, e um dia comentei que eu tinha essa flauta e ele tocava flauta. Então ele começou a me ensinar, a me dar aulas, eu com 11 anos e ele com 17 anos. Foi meu primeiro professor de música, e passei a pagar pelas aulas de música e nos tornamos grandes amigos.

No ano seguinte, ele prestou Senai para estudar e falou se eu não queria tocar lá no lugar dele. Foi aí que eu conheci uma orquestra sinfônica. Eu tinha até vergonha que meus amigos soubessem, porque orquestra era coisa de “velho”.

Comecei a estudar flauta transversal, a tocar na orquestra, aprendi a fazer café na orquestra, aprendi MPB, foi abrindo um universo lá dentro. Eu pensava em outras coisas: queria fazer ciências políticas, biologia, psicologia e aí eu não fiz nada! (risos), continuei a ser músico, continuei a fazer o que eu estava fazendo. Bom, eu não sei qual o momento. Entrei com 13 anos na orquestra, não sabia quase nada. A orquestra era bem iniciante, pra você ter uma ideia ela tinha flauta doce (flauta doce não faz parte de orquestra), um saxofonista, entrava quem queria.

E a gente tocava o mesmo repertório o ano inteiro. Ensaiava, enfim, foi muito legal. Foi uma fase muito importante e foi daí que eu vi que sempre repetíamos o mesmo repertório. Chegou uma hora que cansava, mas sempre chegava alguém novo. Para quem era novo era bom, pra quem estava lá a mais tempo não.

Então, nós começamos a ver a necessidade de fazer novos repertórios. Começamos a juntar pessoas para estudar novos repertórios. E, nesses estudos, o número de pessoas foi aumentando  e precisou de alguém para coordenar esses ensaios.

Eu comecei limpando flautas, e depois passei a coordenar os ensaios, e então a reger esses ensaios e foi assim que passei a me  interessar pela regência de uma orquestra. Tudo foi acontecendo naturalmente.

Eu sempre gostei de fazer o melhor da melhor forma possível. Quando criança eu tinha um brinquedo, um kit de laboratório experimental, eu nunca ficava contente com aquele número de tubos de ensaio, eu sempre queria comprar mais, quase coloquei fogo na minha casa! (risos).

Playfonic: E quais dicas você dá para quem quer seguir uma carreira musical no meio clássico.

Rodrigo Müller: Olha, procurar um bom professor, uma escola séria. Em todas as áreas tem muito aventureiro, em todas as áreas, mas em música é campeão. A gente vê muita gente que aprende 2 ou 3 acordes e já se diz músico e professor. A gente vê escolas que contratam pessoas despreparadas. Eu falo isso, e sou mal interpretado, dizem que eu sou até contra o ensino de música nas escolas, porque não se forma professores para dar aulas, acabam formando professores de Artes às vezes com habilitação em música e vai dar aula de algo que não domina, como no curso de licenciatura.

Quando a gente fala que odeia História, é porque não teve um bom professor de História, que nem física. Eu lembro que quando estudava não tinha professor de Física, era um de matemática que assumia as aulas de Física, Química… É complicado! você pode gostar, mas para ensinar precisa muito mais, precisa saber para si e saber executar. Precisa conquistar o aluno.

O ponto principal é esse, se você gosta de música, procure uma escola séria, procure saber quem é seu professor e a partir disso se dedicar muito. É uma exigência! se você ficar 3 dias sem pegar em um instrumento é como se fossem 10 dias, mas não é pra assustar, é pra cativar.

Hoje é muito fácil o acesso, procure ouvir Mozart, Beethoven, Brahms, compositores de diferentes períodos, de repente você vai ouvir Vivaldi, procure compositores que viveram aquele período. Muitas pessoas não gostam de Bach e gostam de Vivaldi porque acham Bach complexo. Vivaldi é mais instantâneo.

Hoje tudo é mais acessível, assistam concertos, assista aulas experimentais.

Eu demorei pra gostar de Beatles, porque é muito simples. Mas, é a simplicidade que é genial! Eu amo Queen, e fiquei tentando comparar, mas cada um é cada um. Você pode gostar de um e gostar de outro, não precisa escolher. Beatles nunca vai ser esquecido, vai passar muitas gerações e sempre será ouvido, Queen também. (risos)

Natalia Galante (Produtora Orquestra); Leandro Mello (Playfonic) e Rodrigo Müller (Maestro da Orquestra)

Playfonic: Nosso blog aborda bandas e temas do estilo symphonic metal, que nada mais é do que a junção da sonoridade do heavy metal com elementos sinfônicos. Você já teve contato com este estilo? O que acha dele?

Rodrigo Müller: Muito pouco. Vou procurar conhecer mais eu prometo. Eu admiro essas junções: como eu disse, gosto de Queen eles fizeram essas junções com elementos sinfônicos como elétricos, música eletroacústica, e efeitos criados pela tecnologia. Você tem uma junção interessante em Bohemian Rapshody levando para o lírico, é um espetáculo operístico. Isso é fantástico! Essas somatórias são sempre muito boas.

Playfonic: Além disso o metal sinfônico possui uma abordagem mais positiva e de esperança em suas composições, um pouco diferente de seus antecessores como o heavy metal, doom metal e gothic metal. Na sua opinião, qual a importância da mensagem na música?

Rodrigo Müller:  A música como harmonia, como ritmo ela já acontece, já é importante. E a letra passa uma mensagem, que é muito importante. Tanto como algo positivo para passar esperança e para te dar um norte. Às vezes você acorda num dia que não está muito bem e escuta uma música mais pra baixo (ou o contrário) ou algo que vai reverter isso.

Eu lembro que há uns anos atrás eu acordava e ia escutar Chico Buarque, aí eu tinha um amigo que achava a música dele depressiva. A letra é muito importante acaba influenciando muito. Às vezes os letristas precisam ser muito cautelosos com o que está falando, com o público que atingem, algumas músicas tinham segundos de pausa na época da Ditadura. A Ditadura, ela sempre foi uma coisa tão burra, que ela nunca parou pra pensar que tirar a palavra não mudava o sentido do todo.

Tem uma música do Radiohead que eu gosto muito, é fantástica, e ouço umas dez vezes seguidas no carro, é da campanha do Médico sem Fronteiras. Essa música é especial pra mim. Ela diz “vai, aguenta, vai dar tudo certo”.

Existem estudos sobre a tonalidade e as reações que cada tonalidade da música causa, se tratando sobre notas musicais. Por exemplo o  “Lá maior é a que mais causa felicidade, é a vitamina “D” da música. Tanto que tem vários frevos em Lá maior. Teve um período, o Cromatismo, que o intervalo de semitom era proibido, não podia usar em algumas harmonias. A Igreja proibia, por causar sensações. E tudo que é proibido, desperta horizontes, te força a achar outros caminhos.

Concerto Orquestra

Playfonic: Recentes cortes de verbas na cultura têm fechado instituições culturais e orquestras no Brasil. Quais as consequências desse tipo de perda cultural?

Rodrigo Müller: A OSESP tem uma estrutura bastante forte, o que acontece é que tem havido desmonte da cultura especialmente no Estado de São Paulo.

Eu fui músico da banda sinfônica do Estado, por quase 16 anos, a banda Sinfônica do Estado foi a única banda com estrutura e com um número de músicos do país e uma das melhores da américa latina, entre as melhores do mundo, e simplesmente foi encerrada. O governo do estado com uma assinatura, e acabou. Tinha 88 músicos, 100 famílias desempregadas, entre músicos e equipe técnica, outros corpos da secretaria do estado, como a orquestra sinfônica do Teatro São Pedro, com grande número de pessoas demitidas. O conservatório de Tatuí que é uma referência está cada vez menor e tendo cada vez mais demissões, diminuindo o número de profissionais e trabalhando com bolsistas.

E agora por estes dias houve um corte no projeto Guri. Teve uma repercussão grande e obviamente com toda essa pressão, o senhor governador foi obrigado a voltar atrás. Houve uma pressão da população, mas houve uma pressão política também. E isso até pelo próprio perfil dele, jamais aceitaria isso publicamente, ele colocou isso como um mal-entendido, sendo que muito dos professores já tinham assinado a carta de aviso prévio e reverteu. Mas ele próprio assumiu que o projeto Guri continua e o corte também, então o que ele queria cortar, vai destinar para outras áreas, no orçamento da OSESP, do Teatro São Pedro, da fábrica de Cultura, da Pinacoteca, de museus.

Então na verdade, ele só mudou de onde vai tirar. Ele disse isso na revista Concerto, que ele acha a cultura importante, mas que não é prioridade no governo dele. Infelizmente com esse discurso as pessoas aplaudem, porque ele colocou que a prioridade dele é saúde, educação e segurança, sem ter o mínimo de inteligência e discernimento que quando se investe em cultura, você investe diretamente em educação, saúde e segurança.

Investimento em cultura é investir no ser humano, mas infelizmente esse tipo de governante não sabe o que é isso. A mídia é a violência, o que elege hoje é a violência, não a educação, não a cultura.

Felizmente a administração de Limeira é inteligente neste sentido, vai fazer 24 anos que estou aqui e eu não transferi meu título de eleitor pra cá porque meu trabalho é feito pra cidade.

Mas felizmente, aqui a gente tem conseguido manter este trabalho mesmo com diferentes administrações, partidos, oposição e espero que consigamos continuar elegendo políticos e administradores na realidade com esse nível de inteligências, porque dinheiro tem e é possível ter e saber como utilizar.

O problema, é que dependendo do nível do administrador, ele joga a população contra o trabalho. Eu lembro que na cidade de São José dos Campos tinha uma orquestra sinfônica e na última eleição o prefeito acabou com a orquestra. Aí teve um “movimento de três siglas” que fez uma enquete na internet, sobre o que a população queria, se era saúde, segurança ou uma orquestra sinfônica, como se pra ter uma coisa, não precisasse ter a outra, então coloca as pessoas contra. Cada pasta tem o seu orçamento, e o da cultura é 0,000 e esse último milésimo lá não vai somar nada, não vai ser utilizado. Quando se tem má índole se joga as pessoas contra algo que faz bem para elas.

Playfonic: Agora deixo o espaço aberto para você falar o que deseja para nossos leitores 🙂

Rodrigo Müller: Quero agradecer muito por esse espaço, quanto mais se fala e se divulga a música melhor é. Quero conhecer a acompanhar o blog.

Para quem acompanha blog e não conhece a orquestra, venham nos conhecer!

Estamos nas redes sociais, (Facebook, Instagram, site). Temos uma programação bastante diversificada, para todos os gostos. Não precisa ter gosto definido, se você gostar ótimo, se não, venha de novo, e se não gostar depois de umas três vezes, faça outra coisa. Pra quem quer conhecer um pouquinho mais, venham! Estamos no Teatro Vitória (Limeira), com vários concertos e repertórios. Conheça todas as cores sonoras que tem uma orquestra sinfônica.

No início de 2020, estará abrindo novas inscrições para a Escola Livre de Música em Limeira, na segunda quinzena de janeiro começa o processo, que é longo, é um processo de inscrição, de seleção e matrícula. No final de fevereiro se começa a estudar muito.

Obrigado pelo interesse por nós.

Obrigado!


Playfonic agradece imensamente Rodrigo Müller por nos conceder essa linda entrevista e agradecemos a toda equipe da Orquestra Sinfônica de Limeira por tornar isso possível.

Queremos evidenciar que o trabalho dos músicos que compõe a orquestra toda é de tamanha importância para que ela aconteça, portando os nossos PARABÉNS aos músicos, ao coral da orquestra, aos solistas e a todas pessoas da equipe!


Contatos da Orquestra Sinfônica de Limeira:

WEBSITE: sinfonicadelimeira.com.br
FACEBOOK: facebook.com/sinfonicadelimeira
INSTAGRAM: instagram.com/sinfonicadelimeira
YOUTUBE: youtube/sinfonicalimeira 

Fotografias concedidas pela fotógrafa Juliana Cason 


Não deixem de comentar suas opiniões! Grande Abraço! 🙂

Leandro Mello Barbosa
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5 thoughts on “Entrevista com Rodrigo Müller: Maestro da Orquestra Sinfônica de Limeira

  1. Nossa, que entrevista incrível. A minha preferida do blog até agora. O Maestro se mostrou muito conciso, inteligente e competente em suas respostas. Uma verdadeira aula. Gostei demais!!

  2. Muito oportuna está entrevista, como é importante a valorização da música Clássica, além de nesse caso dar oportunidade aos jovens talentos… Parabéns pela entrevista.

    1. Obrigada Jair! A opinião de nossos leitores é muito importante para nós. Continue a nos acompanhar, novidades virão. Abraços.

  3. Ótima matéria!
    Realmente é horrível essa visão de que é necessário sacrificar a arte por saúde, segurança ou educação, sendo que a arte tem potencial pra acabar com boa parte desses problemas oferecendo qualidade de vida pra população.

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