Resist : novo álbum da banda Within Temptation (2019) – Review
Olá sinfônicos, tudo bem?
Neste ano de 2019, já temos um lançamento de um álbum novinho. A banda Within Temptation lançou no dia 1º de fevereiro de 2019, o seu novo álbum de estúdio, chamado “RESIST”. Vamos falar sobre este novo trabalho, o qual se apresenta como um disco conceitual e que promete muito para nós, amantes do metal sinfônico.
Já faz alguns anos que a banda não lançava material novo. Seu último disco foi o Hydra, lançado em 2014. Este álbum teve grande aceitação mundial, e contou com uma participação especial na música “Paradise – What about us”, com a vocalista Tarja Turunen. Foi um álbum que eles realmente saíram da zona de conforto, trazendo um metal sinfônico muito mais experimental, ousando em misturar diferentes estilos musicais nas músicas. E na minha opinião, eles fazem esse trabalho muito bem.
Depois de um hiato, a vocalista Sharon Den Adel decidiu lançar um projeto paralelo à banda, divulgando um disco solo com canções pessoais e fora do gênero do metal. Segundo Sharon, este álbum chamado “My Indigo”, refletia seu lado pessoal, experiências que ela passou e refletia seu lado mais profundo e até romântico. Com um som mais voltado para o Indie Pop, My Indigo é realmente um álbum para se dar uma chance de ouvir, mesmo para quem não é fã de músicas mais pop. Temos que lembrar da qualidade incrível da voz de Sharon.
E então em 2018, temos já alguns singles que foram lançados no final do ano para o novo álbum Resist. Confesso que quando vi a nova arte de divulgação, me empolguei e fiquei ansioso para ouvir o novo material destes artistas incríveis que são a banda Within Temptation. Todos os integrantes tem papel fundamental, trazem uma qualidade técnica e sensível aos instrumentos, se tornando uma harmonia, com sons grandiosos e a voz potente e extremamente afinada da vocalista. A banda desde seu início no metal sinfônico, veio mudando um pouco o estilo, saindo do gótico e caminhando para um heavy metal mais mainstream.
Sobre Resist. O novo álbum de Witin Temptation é um renascimento para a banda. Se tratando da sonoridade, as músicas têm toda a essência do metal sinfônico da banda, porém de uma forma mais sutil e leve. Eles trazem uma nova experiência musical, experimentando mixar elementos pop, eletrônicos, sintetizadores, e podemos perceber certas influências do reggae e hip-hop. Há em certos momentos corais cantando, sons orquestrais e o vocal lírico de Sharon, porém não estão em evidência. Trazem um som mais modernos e com batidas urbanas.
Eles se permitiram evoluir, produzir um som totalmente diferente do que já fizeram no metal gótico, indo mais para o gênero do rock.
Within Temptation sempre se manteve no topo do gênero do metal sinfônico. O grupo holandês não só influenciou muitos outros artistas, mas foi o que mais inovou em toda sua carreira de mais de duas décadas. Esse álbum Resist traz toda essa inovação em evidência.
Segundo a vocalista, Sharon diz se sentir mais livre para experimentar cantar em diferentes formas, ousando e trazendo algo novo. Ela não gosta de fazer sempre a mesma coisa. Ela tem um potencial criativo grande, e busca sempre explorar isso.
Em uma recente entrevista para a Loudwire, ela disse: “No passado normalmente os sons eram com grandes orquestras, mas nesse momento percebemos que gostaríamos de usá-los em um modo mais minimalista, somente onde fosse necessário. Como também para meus vocais, há mais espaço para ir em diferentes caminhos. É como um ar fresco e isso ajuda a encontrar uma nova chama e apreciar tudo novamente”
Pode-se dizer que as músicas “The Reckoning” e “Raise your banner” são as que possuem as letras mais complexas e com um som mais pesado e envolvente, grandioso, e com participação especial de Jacoby Shaddix do Papa Roach e Anders Fridén de In Flames.
A música “Raise your banner” tem em sua letra apelo forte para a luta contra as injustiças do mundo, contra coisas negativas, traz uma sensação de lutar pelo bem. Ao ouvi-la queremos já sair lutando por uma guerra boa, pelo meu ponto de vista. Com certeza irei analisar com mais calma essa canção.
Já a música “Supernova” se inicia de forma eletrônica com sintetizadores, entrando logo em um ritmo mais acelerado. O vocal de Sharon se permite cantar de forma mais pop-eletrônica nesta faixa. Na metade para o fim da música entra um coral orquestrado grandioso, trazendo grande energia ao som.
A canção “Holy Ground” começa com influência hip-hop, com batidas, e a voz de Sharon inicia uma forma de rap e hip-hop. A música fica mais alegre e agitada, com frases repetidas e sons repetitivos e muitas batidas urbanas. Provavelmente esse seria o som menos metal do álbum. Não é uma canção ruim, é diferente e boa ao meu ponto de vista. Mas certamente pode não agradar aos fãs do metal. Muitos podem se lembrar do som de bandas como Imagine Dragons nesta música.
“In Vain”, canção que foi lançada também como single, possui um som mais leve no início, partindo para algo maior, pesado e agitado ao longo da música. Se assemelha ao som mais metal das músicas “Raise your Banner” e “The Reckoning”.
“Endless War” é uma canção que se inicia com elementos eletrônicos, porém logo parte para uma sonoridade mais metal e se torna uma canção de grande destaque para o álbum. A sua letra é realmente algo para prestar mais atenção e ler mais vezes para interpretar.
“Firelight” é uma canção que originalmente foi escrita para o projeto solo de Sharon, My Indigo, porém não entrou para o projeto. Posso dizer que é uma música que possui um som mais melódico e gótico. Há um vocalista masculino convidado para esta música. Muito parecido com este som é a música Mercy Mirror, que pode ser considerado uma das letras mais profunda, sentimental, sensível e até romântica do álbum.
A música “Mad World” também faz o mix de metal com elementos eletrônicos, com um vocal potente de Sharon, porém não vemos tantos sons sinfônicos aqui. Me lembrou muito algo relacionado as músicas da banda Amaranthe, que faz muito bem o uso dessa fusão entre metal e pop eletrônico.
“Trophy Hunter” traz coros, guitarras e um som mais pesado logo no início, continuando assim ao longo da música. Vocal de Sharon aparece mais limpo e ela abusa de notas mais altas aqui.
Posso dizer que, na minha opinião, a canção mais grandiosa se tratando de metal seria “Raise your Banner”, como também “The Reckoning”. As outras músicas fogem do estilo metal, mas não são nem um pouco ruins. São boas, experimentais, uma nova forma de ouvir Within Temptation.
Afinal, Resist é um excelente álbum. Não espere ouvir o Within Temptation de 20 anos atrás, pois esta não é uma banda que faz o mesmo do mesmo sempre. Cada álbum tem sua própria identidade, é único. E pra mim é isso que os faz ser tão incríveis, grandiosos e uma das maiores referências no mundo do metal sinfônico. Afinal, os artistas mudam, evoluem e crescem para se tornar melhores do que eram antes. Pode ser que esses sons pop eletro estranhe algumas pessoas, mas a essência sinfônica da banda está lá extremamente forte e intacta. E como a própria vocalista disse, eles precisavam fazer algo novo, diferente para se reinventar, renascer, resistir. RESIST.
RESIST
Referências:
https://www.kerrang.com/reviews/album-review-within-temptation-resist/
http://loudwire.com/within-temptation-sharon-den-adel-interview/
https://www.resist-temptation.com/
https://www.facebook.com/wtofficial/
Como de costume vou deixar abaixo alguns video-clipes da banda no player do youtube.
Música Raise your Banner:
Música In Vain:
Música The Reckoning:
Eu achei o álbum bem ruim, mal da pra escutar as guitarras e o som do baixo é nulo, a produção parece uma bagunça. As pessoas tem mania de dizer que a banda se reiventou ou amadureceu quando fazem um álbum ruim, e acho que isso se encaixa bem nesse álbum, não há canções grandiosas como em THoE e em SF, apenas sintetizadores e um vocal enjoado e parado.
Eu acredito que este é um álbum mais consistente que o Hydra por exemplo. Há de fato uma pegada mais moderna, entretanto todas as características do WT estão, de forma muito mais evidente que no álbum anterior. É prazeroso ouvir o álbum tantas vezes e descobrir novos aspectos nas músicas e de todas as vezes que a banda tentou inovar o seu som, essa me pareceu mais autêntica e orgânica. Eu adorei!!
Sou fã de carteirinha do Within Temptation, e embora o Silent Force tenha sido o álbum que mais me agradou, gostei demais de Resist. Vejo como uma reinvenção da banda, mas conforme bem colocado no texto, todos os elementos originais da banda estão lá! Quanto mais ouço o álbum, mais gosto! Confesso que estranhei nos primeiros contatos, mas já me familiarizei com o som e as músicas e agora aprecio demais!