Resenha do EP “Diamonds in the Dark”, de Adrian Benegas

Por Leandro Mello

Review do novo EP de Adrian Benegas, “Diamonds in the Dark”

O compositor, tecladista e produtor musical paraguaio Adrian Benegas volta a cena do heavy metal, lançando seu segundo trabalho solista, o EP Diamonds in the Dark.

Conhecido por ser o fundador do projeto de metal sinfônico “Tragul”, o qual tem como vocalista Zuberoa Aznarez da banda de metal sinfônico “Diabulus in Musica”. Adrian lançou em 2019 seu álbum solo de estréia, “The Revenant”, que teve vários vocalistas masculinos, como um dos principais sendo o alemão Herbie Langhans (AVANTASIA, FIREWIND).

O primeiro álbum, como também o novo EP, teve como produtor o alemão SASCHA PAETH, uma referência dentro do gênero, que já produziu inúmeras bandas europeias de Heavy e Power Metal, como AVANTASIA, KAMELOT, RHAPSODY e EPICA.

O EP “Diamonds in the Dark” é conceitual e aborda o tema de se encontrar em uma situação difícil onde você não é valorizado, e mesmo assim não desistir e lutar. As canções falam de dor, raiva, vingança, força e luta. Trazendo uma atmosfera de esperança e mudanças para algo melhor.

Segundo o próprio compositor Adrian comenta:

“É interessante como um diamante é apenas um pedaço de carvão, que resistiu ao tempo e à pressão, e através das situações difíceis se tornou um tesouro. Contornando e superando o sofrimento, você pode reescrever sua história.”

Neste EP, o vocalista principal das 5 faixas é também o Herbie Langhans (AVANTASIA, FIREWIND), que com sua voz e interpretação, traz a vida toda a magia e sentimentos que cada letra quer passar. O vocalista nos leva junto a essa jornada de superação, força e alegria.

Faixa a faixa:

Na canção que abre o EP, “Orphan of Life”, é abordado sobre alguém que é abandonado, que não se sente encaixado no mundo, sente que não pertence e não é acolhido por ser diferente. Mas mesmo assim ele luta e através disso ele se cura, liberta e se torna mais forte. O som da canção se inicia num ritmo rápido e os teclados criam a harmonia e melodia. As guitarras agregam camadas de peso ao som, deixando a música mais completa. A canção é pesada, mas possui uma pegada melódica e sinfônica, tendo um belo encerramento. Esta canção foi o primeiro single lançado, você pode conferir abaixo:

A segunda faixa “Poisoned Love”, abre pesada e atmosférica. O vocal nos arrepia com os agudos bem executados. Há belas harmonias nas mudanças das frases, tendo assim belas mixagens. A letra fala sobre o personagem se perdendo e confuso em veneno, nas dificuldades e desafios da vida. Aqui o som é pesado, mas não tão rápido como o anterior. Também está lançado como single, ouça abaixo:

Na terceira faixa “Rebels”, o som começa com o peso e harmonias do teclado. Uma boa virada de bateria abre o caminho para o vocal agressivo e rápido, o qual muda para um refrão mais melódico e cantado. “Rebels” fala sobre não desistir e lutar. O som nos transmite uma sensação positiva e nos faz querer cantar junto. É uma música que traz inspiração e confiança, tanto pela letra, tanto pelo som. Por ser uma canção de aborda a rebeldia em sua mensagem, caberia ainda mais agressividade em algumas partes do som. Contudo é uma excelente canção que nos encantou.

Em “Abandoned”, quarta faixa, o som da bateria está bem presente. O vocal inicia mais lento e melódico; não perdendo sua força e vigor. Os solos de guitarra nessa canção conectam toda a melodia, criando uma incrível harmonia, especialmente quando a bateria e guitarra se unem criando uma sonoridade linda. A música poderia ser classificada como uma balada do EP, apesar de não ser lenta o suficiente, diante das demais é a mais calma. Em algumas partes temos a sensação de estarmos ouvindo a um coral e é realmente belo de sentir. Inspirador, como o conceito se propõe.

Na quinta faixa, “Adrenaline”, o som já abre de forma mais rápida, como o nome da canção sugere. Temos um sonoro “nananana” no começo, que ficaria muito legal de cantar ao vivo em um show bem animado. O vocal segue mais alto, agudo e rápido. Apesar da música parecer melódica e lenta em algumas partes, não tem como ouvir e não querer se mexer e dançar. É uma canção mais animada com aquela vibe rock and roll. No meio da música, podemos sentir mais peso e rapidez. Instrumentais muito bem executados tecnicamente. Sobre a mensagem, a canção fala “I will never be a prisioner!”, trazendo a mensagem de esperança e determinação. Desistir e se sentir preso, jamais. A vida é cheia de altos e baixos, muitos caminhos a percorrer, mas desistir não é uma opção.

O EP todo tem uma sonoridade de melodias constantes e notas que vão aumentando, nos trazendo a sensação de continuidade. Não há o peso de bandas de doom metal, de som melódico depressivos, aqui temos o power e heavy metal com toda sua energia bombástica, criando uma atmosfera rica e cheia de detalhes, deixando o ouvinte querer ouvir mais e mais vezes. Minha faixa favorita vai para “Adrenaline”. Você ouve e se sente melhor, mais animado, pronto para lapidar o diamante que há em você. Jamais desista!