Entrevista com Marina La Torraca da banda Phantom Elite
Marina La Torraca fala sobre o novo álbum “Titanium” e muito mais
Entrevista com a cantora Marina La Torraca da banda de metal Phantom Elite. Conversamos sobre sua carreira, sobre o novo e recém lançado segundo álbum de estúdio de Phantom Elite, “Titatinum”, sobre o projeto “Exit Eden” e muito mais. Confira.
Temos a entrevista em vídeo abaixo no player do youtube e logo abaixo a entrevista em texto transcrita.
Todos os detalhes disso e muito mais você confere na entrevista que tivemos o privilégio de produzir, abaixo:
Playfonic: Sobre o Phantom Elite, qual foi o processo de produção desse segundo álbum de vocês? Por onde se iniciou e quais as inspirações?
Começamos a escrever as músicas para esse álbum em 2019 e foi um processo um tanto quanto estranho, pois tínhamos um outro line-up e as pessoas foram saindo e foi mudando tudo. O Phantom Elite sempre foi um trabalho de equipe, desde o começo, todos escrevendo juntos e colaborando. E as pessoas que escreviam bastante comigo saíram. Então, pensamos: “Ok, já queremos mesmo dar uma diversificada no estilo”. Foi quando os meninos novos entraram e começamos a escrever experimentando (coisas novas) e nem sabíamos se ia dar certo ou o que daria certo. E acabou dando certo. No começo estava bem difícil mesclar essa coisa mais pesada e moderna com um vocal melódico e clássico, sem screams que seria o mais óbvio. Então demos um jeito e produzimos 4 músicas (demos). A frontiers music (gravadora) nos contatou e perguntaram se tínhamos interesse em ter um contrato com eles para um multi álbum, não somente para a gravação de 1, mas para mais. Aceitamos e eles nos deram um prazo. Então, escrevemos a maioria das músicas em 2 meses. Mas, (apesar da correria) saiu mais fácil também, pois tínhamos um incentivo a mais. Tínhamos uma gravadora e isso nos ajudava..
Playfonic: O primeiro álbum foi lançado independente?
Foi, completamente independente. Tínhamos uma distribuidora, que muitas vezes alguns sites aparecem como gravadora, mas não era..
Playfonic: Sabemos que vocês trabalham com Sander Gommans e Amanda Somerville. Qual a relação deles com o Phantom Elite?res, sua voz passou do soprano popular para o soprano lírico. Como você imagina e propõe sua técnica vocal agora para a nova banda?
O Sander foi quem fundou a banda junto comigo, apesar dele nunca ter sido membro ‘ao vivo’, como membro efetivo da banda. Ele sempre foi da banda. No ‘Wasteland’, por exemplo, ele co-escreveu muitas das músicas e já não foi o caso de ‘Titanium’, pois ele não escreveu de fato mais ajudou na produção. Quando chegamos na fase de ter todas demos das músicas prontas, ele ouviu e deu a opinião dele, sugerindo possíveis alterações, quando julgava necessário. Digamos que ele nos deu uma direção artística. Como ele é um membro por trás das câmeras da banda, o envolvimento dele com tudo é direto. E a Amanda é esposa dele, minha amiga, colega de outra banda. Ela fez a produção vocal desse álbum, junto comigo. Gravei os vocais com ela e ela deu aquele “toque Amanda Sommerville”. Ela fez um coaching comigo, direcionou… digamos assim..
Playfonic: E tem alguma música que ela canta?
Sim, tem algumas músicas que ela canta. Por exemplo, “Silver lining” ela faz um feat. Ela canta comigo. E “Eyes Wide Open” ela canta alguns backing vocals. A maioria das pessoas acham que ela canta em “Diamonds and Dark” (risos), mas ela não canta..
Playfonic: Eu tinha essa noção mesmo. A primeira vez que ouvi achei que ela estava no backvocals.
(risos) não não, nós queríamos fazer algo “a lá Exit Eden” com aqueles vocais no pré-refrão. Mas, ela só me ajudou a montar as harmonias. Eu gravei todas as vozes do coro. .
Playfonic: O primeiro álbum era mais Hard Rock crua e vocês mudaram para algo mais melódico. Talvez até um metal sinfônico, pelos elementos de corais.
Acho que é uma mistura bem grande esse álbum novo. O primeiro era algo como você disse, hard rock. Mais progressivo também. Um pouquinho mais “old school”. E agora implementamos elementos modernos. Acho que tem um pouco de sinfônico sim, principalmente em “Diamonds and Dark” com os corais e tudo mais. Mas, é bem moderno. Os meninos tem bastante influência de metalcore. .
Playfonic: Tem alguma influência de Amaranthe também?
Não direta. Ninguém da banda ouve muito Amaranthe. Eu gosto bastante das coisas do Amaranthe. Mas não foi uma influência direta. Foi mais tipo: “ah, vou mais para esse lado moderno”. Que, por acaso, acabou sendo o “Glass Crown” que é bem dançante e eletrônico. Acaba ficando meio parecido com Amaranthe. .
Playfonic: E “Glass Crown” tem aquele videoclipe que ficou muito legal. Muito bem produzido. Gostei muito.
Obrigada, obrigada. .
Playfonic: Eu gostaria de saber se teve alguma música de Titanium que foi difícil pra você cantar e qual. E qual a que você mais gostou (música preferida do disco)?
A música preferida não é difícil (de escolher) pois “diamonds and dark” sempre foi a minha preferida desde o começo. Mas, em termos de dificuldade…hmm. Bom, como eu tinha comentado que eu escrevo, acho que a dificuldade foi ali no começo. Tipo, como que vou incorporar esse vocal tão melódico quanto os instrumentos estão fazendo algo tão inesperado, digamos assim. Essa foi a maior dificuldade. Que no começo estava bem difícil. Mas, parece que peguei o jeito e achamos um “flow” um jeito de colaborar criativamente que funciona, pelo menos pra nós.
Playfonic: É que vocês precisavam imaginar como que o seu vocal iria entrar junto com um coral de fundo, por exemplo…
É, então, se prestarmos bastante atenção nos instrumentos, é bem rico. Desde o começo, desde “Wastland”. Acho que a tradição continua. Que não é um projeto de cantor, não é um projeto para cantores cujo foco e único foco é o vocal. Não é. Obviamente não é. Eu acho que uma das coisas bacanas e “unique all in point” do Phantom Elite é que o instrumental também está no foco. Então é difícil equilibrar, inclusive. Tentamos deixar o menos chato possível. Pois, eu acho que se as coisas ficam muito progressivas ou muito instrumentais fica chato (risos). Eu venho da música pop, entendeu (risos) Então digamos que minha função na banda é: “ok, como vamos fazer isso ficar também “ouvível” e bacana?” (risos)
Playfonic: Um instrumental que vai mudando. Que vai tendo camadas. Rico com vários elementos. Isso eu percebi bastante das músicas (de vocês).
E isso para o cantor ou para quem esteja escrevendo as melodias vocais, seja ao mesmo tempo ou depois dos instrumentais prontos, é um pouco difícil. Porque às vezes os instrumentos fazem tanto que a única opção seria segurar uma longa (nota longa). Sabe? E por isso que banda de… sei lá, Metalcore faz isso, pois as vezes é a única coisa que cabe. Mas eu falei: “NÃO!” (risos). “só me ferro aqui, como vou manter as melodias e essas coisas mais… sinfônica?”.
Playfonic: A banda vem crescendo com o segundo álbum. E vocês estão ganhando novos fãs e um público novo. Vocês acham que esse é o melhor momento de Phantom Elite? A que você atribui esse sucesso?
Com certeza. Até agora é o melhor momento. Eu acho que está bem legal e o fato de estarmos trabalhando com uma gravadora que já tem seus seguidores da uma ajudada. Apesar de que, os seguidores da Frontiers geralmente não são muito o público de uma banda mais moderna. Eles são bem Hard Rock. Mas eles estão tentando variar mais, o que é legal e válido. E eles tem um público vasto. E a gente também investiu bastante na qualidade, sabe?! Queríamos que soe o melhor possível com o que temos no momento e investimos bastante nos vídeos. Quando eu digo de investimento não é só financeiramente, pois somos uma banda sem “Budget” astronômico. Claro! Mas, investir bastante energia e trabalho nesses vídeos. No produto. É um produto que sempre, do começo ao fim, dá orgulho de colocar “lá fora”. Trabalhamos e dá para ver que ficou uma coisa de qualidade. Então… é. Eu acho que ajudou bastante.
Playfonic: E os vídeos foram muito bem produzidos. Tem um visual bem editado. Bem legal de ver.
Sim, são vídeos de qualidade. E é isso que a gente falou: “não queremos fazer nada que não seja de qualidade”.
Playfonic: Para os vídeos desse álbum, vocês trabalharam com alguma produtora de vídeos específicos ou foi algo mais “orgânico” feito por vocês mesmos?
Foi uma mistura. Para ambos os vídeos tivemos as ideias principais. Em “Glass Crown”, por exemplo, eu achei a locação e montei todos os “props”, eu mesma com a minha mãe. Olha só(risos). Então, aquelas velas, aquelas máscaras, a minha coroa. Foi tudo D.I.Y. Mas, trabalhamos sim com pessoas que deram conta do recado. O primeiro vídeo foi feito pelo Bart Sperling (Rock Steady Visual), que na verdade é um cinematógrafo bem jovem (ele não é amador, mas está começando agora). E ele tem feito uns clipes bem legais na cena Metalcore. Ele é Holandês e é amigo dos meninos daqui. Então, trabalhamos com ele no primeiro e ficou ótimo. E o segundo, ele não pode gravar por questões de tempo e tal. Então, de última hora eu entrei em contato com Mirko Witzki . Ele é um alemão aqui da região que grava vídeo para todo mundo. Ele sempre faz os(vídeos) do Enemy Inside. Ele fez o último do Beyond The Black, Human. Também foi ele quem fez. Ele é MUITO BOM, muito profissional. Mandamos pra ele as ideias e o que tínhamos em mente, mais ou menos. E ele trouxe todo o equipamento, todas aquelas luzes, aquelas partículas voando em frente a câmera. Fantástico! Ele realmente manda muito bem e vai ser nosso parceiro para próximos vídeos também.
Playfonic: Fugindo um pouco do assunto Phantom Elite. Como começou a ideia de começar o projeto do Exit Eden?
Então, não é tão romântico como as pessoas pensam (risos). O Exit Eden começou como um projeto de uma gravadora aqui na Alemanha. E foi a ideia de um dos chefes dessa gravadora, que ele queria fazer, meio que sempre foi o sonho dele fazer covers de música pop em versão metal. Então a ideia foi dele e ele falou: “Eu quero cantoras aqui e quero fazer coisas fantásticas e épicas.” E ok! Ele tinha o orçamento e deu nas mãos do estúdio CORRETO. É o Elephant Studios em Frankfurt, aqui na Alemanha. E a partir deles, pois eles tem contato com Amanda, por sempre trabalharem com ela. E ela gravou primeiramente as demos. Então eles produziram as músicas e Amanda gravou todas as vozes como se fosse uma demo de todas as músicas que estavam prontas na época. E aí, eles iam procurar cantoras a partir de lá, só que os produtores e esse chefe da gravadora gostaram tanto da Amanda cantando… (Ahhh, e a Anna também cantou nas demos porque, por acaso, trabalhava nesse estúdio). Então foi tudo muito por acaso e as coisas acabaram acontecendo. Ele gostou tanto do que ele ouviu, da Amanda e da Anna que eles falaram: “então, porque a gente não fica com elas duas e procura mais uma ou duas meninas?!”. Aí eles perguntaram se Amanda tinha alguém para indicar e ela disse: “hmm, na verdade eu tenho”. (muitos risos) E fui eu, no caso. Eu achei bem legal. Ela me ligou perguntando: “Então, você está afim de fazer um projeto?”. Eu nem sabia o que era, mas se era com ela eu disse: “Topo! se é com você eu sei que vai ficar bom.”. Aí eles me chamaram para fazer uma audição no estúdio junto com a Clementine, ela também estava lá naquele dia. Ela foi trazida a partir da Napalm, pois a Napalm já ia ser nossa gravadora e a indicaram. Na época eles não sabiam muito bem se ia ser uma das duas ou as duas. E acabou ficando as duas, o que eu achei bem legal.
Playfonic: Mas as escolhas das músicas pop para a versão metal foi desse produtor? Não foi de vocês?
Foi desses produtores, a maioria delas sim.
Playfonic: As músicas que foram escolhidas são excelentes. Baladas lindas… “Total Eclipse of your heart”, “Lady Gaga”… músicas muito boas.
Eu não teria escolhido melhor.
Playfonic: São muito boas. É um álbum que eu dou para minha mãe escutar, que ela não escuta Rock. E ela ama por ser músicas da época dela.
Exatamente!
Playfonic: Vocês planejam fazer um segundo álbum do projeto Exit Eden?
Então, como eu já expliquei que as coisas com Exit Eden não são tão DIY, assim como o Phantom Elite é. A nossa banda, que a gente começou. Não é o caso do Exit Eden, então tem todo um lado administrativo burocrático por trás que toma as maiores decisões. Não exatamente artísticas, mas as decisões que fazem o projeto ir pra frente, (se vai) continuar ou não. Mas o que eu posso dizer por hora, é que vocês podem aguardar esperançosos. Eu, infelizmente, não posso falar muita coisa a respeito. Mas, eu acho que dá pra ter esperanças…
Playfonic: Eu não sei no que o produtor do Exit Eden se inspirou, porque tem um outro projeto que são só cantores homens que fazem versões metal de músicas populares.
É o Northern Kings.
Playfonic: Isso, inclusive participava o Marko Hietala do nightwish. Acho que foi só um álbum.
Ah, é?! eu acho bem legal. Eu não sei se ele(o produtor) se inspirou nesse projeto, na verdade. Não sei, não sei.
Playfonic: Sobre o Phantom elite. Vocês acabaram de lançar o novo álbum que está sendo muito bem recebido. Vocês planejam lançar novos singles? Há alguma previsão?
Olha, nós já estamos trabalhando no nosso próximo álbum.(risos) É, a gente é meio… “Workaholic” nesse sentido. Claro que, devido a situação atual (pandemia mundial) a promoção do Titanium fica um pouco difícil em termos de turnê e tudo mais. E, até mesmo, queríamos fazer vídeos ‘ao vivo’ e as coisas aqui na Holanda e na Alemanha acabaram apertando por todo lado, tem toque de recolher aqui. Então, não estamos podendo nem nos encontrar oficialmente. Então acabou atrapalhando um pouco os nossos planos de promoção. O que fez com que começássemos a trabalhar nas músicas novas antes. Mas, tudo bem, porque também estamos bem animados com elas, o que é muito bom. Nossa intenção é fazer um pouco mais com Titanium. Assim que der, fazer coisas ‘ao vivo’, em estúdio, lançar acústico e coisas assim. Temos algumas ideias do tipo. Mas, se depender de nós, da banda, a gente lançaria pelo menos alguns singles já.
Playfonic: Tem algumas bandas que planejam transmitir concertos ao vivo, mas sem o público, no estilo “Live”. Mas, como você acabou de dizer, está complicado até para se reunirem oficialmente. Então não é algo que dê para se fazer no momento.
E a gente acha muito chato. Eu sei que para os fãs não é chato. É legal. Mas, temos uma coisa um pouco contra também, porque é um investimento muito grande. Tem que ser muito bom para funcionar. Para transportar aquela energia de um show “ao vivo”. Então, já pensamos: “será que não é melhor investir em versões novas das músicas? acústicas, por exemplo. Fazer algo diferente. Deixar o ‘ao vivo’ para o ‘ao vivo’ mesmo?”. Eu não sei. É uma coisa pessoal também. Acho que tem muita banda que faz esses shows ‘ao vivo’ muito bem e algumas nem tanto.
Playfonic: É uma coisa que você está ali cantando e tem que ficar imaginando o público. Vai de cada banda.
Eu, particularmente, não ligo. Por que eu não tenho muita vergonha ou “awkward”. Se estou “awkward” eu vou ficar “awkward”, parada no palco e tudo bem. Sabe? tanto faz. O problema mesmo é a produção toda que tem que ser muito boa. É um investimento alto. Se temos um “budget” temos que ver qual a melhor maneira possível de gastá-lo. É mais ou menos essa questão.
Playfonic: E as versões acústicas também são uma boa opção. Tem músicas que na versão acústica ficam muito bonitas.
Exatamente, estamos trabalhando em uma, especificamente, com contrabaixo de orquestra. Acho que vai ser bem legal fazer uma coisa diferente. Mesmo porque o álbum é tão pesado. Não tem nenhuma balada. Pegar uma ou duas músicas e fazer uma versão acústica eu acho cabível.
Playfonic: Como você começou sua carreira de cantora? Você era criança? Fez aulas? Como foi esse processo?
Nossa, eu não era criança não. Quando eu era criança nunca passou pela minha cabeça fazer algo com música porque minha família não tem nada a ver com música. Ninguém é artista. Ney Latorraca não é exatamente da minha família. Interessante é que ele é da minha família, mas não é. Quer dizer, ele é, mas eu não conheço ele. As pessoas falam na minha família que o Ney é parente sim. Mas, eu acho que ele não sabe da minha existência. Tanto que uma vez eu conheci o ator e crítico de cinema Rubens Ewald Filho numa audição de um musical e ele disse: “não acredito que o Ney não te conheça, vou passar seu e-mail pra eles.” (gargalhadas) Acredito que ele não fez isso…(risos) Enfim, foi algo engraçado. Acho que eu tinha uns 15 anos quando eu comecei e foi ouvindo metal que me interessei por canto. Na verdade eu me interessei pela música e me apaixonei pela comunidade do metal e por Heavy Metal. A princípio, nunca gostei tanto de música quanto quando eu ouvi metal. Então eu quis fazer uma banda com uma amiga minha, na escola. Éramos muito fãs de Rock e Heavy metal. Aí ela foi aprender tocar contrabaixo e eu fui aprender bateria e faremos uma banda. Fui estudar bateria na escolinha da minha vizinhança. Fazia uma aulinha por mês e é claro que não deu muito certo.(risos) Eu não tenho nem de onde tirar uma bateria, não tenho dinheiro para comprar… meus pais nunca vão deixar eu ter uma bateria em casa. Então, “deixa pra lá”. Aí, comecei a praticar guitarra com amigos que tocam guitarra e sempre foi uma frustração muito grande pois até hoje eu não sei tocar guitarra direito. Eu acho guitarra um mistério. Eu não sei como as pessoas conseguem tocar direito. Enfim, desisti! Depois disso pensei: “ah meu, vou tentar cantar pois parece a coisa mais fácil.” Então, tentei começar porque nunca tinha me passado pela cabeça cantar. Comecei treinando Iron Maiden. E aí eu cantava junto com Bruce Dickinson e eu pensava comigo mesma: “mas isso não não está tão mal, será que eu tô louca? será que eu tô louca ou será que eu sei fazer isso?”. Saía cantando e perguntando às pessoas e as pessoas diziam que achavam que estava bom. Depois disso, essa banda da minha amiga nunca foi pra frente, mas eu me animei em querer cantar. E achei um anúncio de uma banda da vizinhança também, querendo cantor para o Iron Maiden cover. Fui fazer uma audição na garagem deles e eles gostaram e eu fiquei na banda. Quando essa banda acabou eu encontrei uma outra banda que tocava covers por São Paulo inteira. Tocavam sempre, todo fim de semana em vários lugares. Eles tocavam metal melódico, tipo Stratovarius, Helloween, etc. Eu não conhecia essas bandas e decidi estudá-las para fazer uma audição para a banda de covers. Fiz e eles gostaram. Me mantiveram na banda e eu achei ótimo. Eram todos marmanjos, inclusive, uma banda muito boa, os meninos eram muito bons músicos. Eles tinham 20 e tantos anos e eu tinha 15 anos. Então, comecei a tocar quase todo fim de semana por São Paulo em vários bares. E foi assim que comecei. Já comecei a cantar em banda direto, em palco. Comecei a fazer aulas com Mario Pastore em algum momento. Ele é um vocalista de metal brasileiro muito bom. Eu tinha uns 17 anos e ia uma vez por semana e fazíamos exercícios, etc. Mas, para falar a verdade, eu nunca fiz tanta aula de canto como muita gente faz. Eu sempre treinei muito, muito mesmo. Mas, no esquema autodidata. Ia no youtube, tentava cantar em casa, ficava horas, horas e horas praticando. Conforme eu fui crescendo e me profissionalizando eu fui perceber o quão importante é, de fato, saber toda a técnica para se fazer o melhor com a voz. Então eu passei por algumas cantoras muito boas de ópera musical. Parece muito chique quando eu falo, mas eu fiz um treino de alguns meses numa escola em Nova York, onde eu ganhei uma bolsa. Então estudei lá por alguns meses e foi muito bom. Aprendi muito. E é isso. Continuo treinando, sempre. Pra mim técnica vocal é muito importante. Dou aula, tenho meus alunos. E, quando eu quero aprender algo novo ou melhorar alguma coisa eu vou nas professoras da área aqui, que tem algumas muito boas. Marco uma sessão, duas.
Playfonic: Você tem alguma coisa do Phantom Elite que gostaria de falar que eu não perguntei? Alguma novidade que queira compartilhar?
Olha, novidade do Phantom Elite por enquanto não. Acho que já disse tudo. Algumas coisas acústicas, algumas coisas interessantes, talvez um ‘ao vivo’. E Exit Eden fiquemos na espera e no puro suspense. Eu participei do Avalon do Timo Tolki, que era do Stratovarius e ele tem esse projeto há muito tempo. E tem muita gente bacana nesse álbum. Tem James LaBrie, então tem uma galera muito boa. Eu gravei 2 músicas. São bem bacanas. Então, tem isso. E esse álbum vai ser lançado em junho pela Frontiers. Eu gravei uma balada e um metalzão, bem power metal. Eu tenho algo que vou lançar em breve com meu nome, que começou como uma diversão e eu acabei pensando: “ué, vou lançar, porque não?!”. Um cover de uma música pop também, mas não é Exit Eden solo, não é, não tem nada a ver com esse projeto. Mas é um cover de uma música da Demi Lovato que ela acabou de lançar. Então eu vou lançar esse single em breve. Vou lançar como Marina Latorraca solo, mas sem pretensão alguma de (carreira) solo. É só por ter ficado tão bacana e pensei em compartilhar com o público no itunes, spotify… É que tudo isso demora um pouco. Preciso fazer isso de forma oficial e pegar licença, várias coisas. Então, demora um pouco. Só espero que as pessoas não achem que é um Exit Eden solo, pois não tem nada a ver.
Playfonic: O que é metal sinfônico pra você?
Na minha visão, metal sinfônico é onde o metal encontra a música clássica. Onde é mais forte esse encontro: melodia, “epicness”, bastante drama, “over the top”. (risos) E é uma coisa estranha pra mim pois eu nem sou a maior fã de metal sinfônico, para falar a verdade. Mas, para mim, por exemplo, um projeto com Exit Eden, é onde você por ser super dramático, “over the top”, entendeu? É o momento de extravasar. Que eu acho que em outros subgêneros do metal não tem tanto essa conexão com o drama. Então eu acho isso bem legal.
Playfonic: Antes de encerrar, gostaria de acrescentar mais alguma coisa?
O que eu tenho mais a acrescentar é que eu também estou no Patreon. Se alguém quiser me acompanhar lá. No Brasil em reais eu sei que fica um pouco difícil (por causa da cotação do dólar). Eu entendo, mas é uma plataforma onde é possível apoiar o artista diretamente. E quanto mais apoiadores no patreon, mais tempo o artista tem de fazer exclusivamente a música. É isso que eu acho bacana do patreon.
Playfonic: Fica aí o convite para quem quiser e puder apoiar o trabalho da Marina Latorraca no Patreon. Tem coisas exclusivas por lá. Gostaria de deixar algum recado para o pessoal que acompanha a playfonic?
Ah, se vocês não checaram ainda o Titanium, vá lá conferir. É um álbum muito bacana. Inclusive, meu namorado (barulho de bateria ao fundo) está praticando a música título, que não é muito fácil. Ele é baterista da banda.(risos) E é isso aí. Espero que todo mundo esteja se cuidando e se vacinando nesta pandemia.
Playfonic: Marina, muito obrigado pelo seu tempo e simpatia em nos responder. Sucesso para você e todos os músicos da Phantom Elite.
Obrigada você pelo convite. E eu queria também falar parabéns pelo seu blog e ou conceito da Playfonic. Eu acho tão bem feito. Dá pra ver mesmo que você põe trabalho em cada arte que vocês e nas entrevistas que vocês postam. Eu acho muito bem feito e tem mesmo é que crescer.
Obrigado por ler nossa entrevista com Marina La Torraca. Esperamos que tenham gostado 🙂
Marina La Torraca socials: Facebook , Instagram
Ouça abaixo o álbum Titanium de Phantom Elite pelo player do Spotify
Entrevista realizada por Playfonic.
Leandro Mello – Organização, Perguntas, Direção de Arte.
Rullys Oliveira – Ilustração, Desenho, Perguntas, Revisão de Texto e Organização.
- Innocence Lost lança “Oblivion”, álbum ambicioso e conceitual baseado na “Divina Comédia” - 23/05/2024
- Cover da Semana #29 – Playfonic “Tattoo (Cover) Loreen – Cover by Sasha Sova - 18/03/2024
- Cover da Semana #28 – Playfonic “Still Loving You (Cover) Scorpions – Cover by SYMPHONIKA ON THE ROCK - 04/03/2024