Entrevista com Monica Possel, vocalista da banda Hamen

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Metal Sinfônico do Brasil. Conheçam a banda Hamen. A vocalista Monica Possel nos contou sobre a mensagem, suas referências e como André Matos a influenciou como cantora.

Surgida em 2013, o som de Hamen bebe de influências do metal sinfônico mundial e europeu, como After Forever, Nightwish, Epica, Within Temptation entre outros. Com o peso de um bom metal, junto com o lindo, emocionante e super afinado vocal lírico da vocalista Monica Possel. Contando também com vocal masculino limpo e gutural, que são de extrema qualidade. 🤟😍🎵 Segunda a cantora, a banda acredita que a música é um talento que precisa de propósito, feito para ser compartilhado.

O primeiro EP,  Altar, foi lançado em 2015, com quatro faixas.
O álbum de estréia é o Unreflected Mirror, lançado em 2018. Nós da Playfonic ouvimos e recomendamos muito, trabalho de extrema qualidade e o mais importante, feito no nosso país Brasil. Então vamos super apoiar e valorizar galera!

Com vocês, Monica Possel (Hamen):

Playfonic: De onde surgiu a decisão de formar uma banda de metal sinfônico? Conte-nos um pouco da história de vocês.

Monica: Olá pessoal, primeiramente muito obrigada pela oportunidade em participar desta entrevista com vocês. É muito importante para nós, bandas independentes, ter o apoio da mídia assim como a sua.
A decisão de formar uma banda nasceu do meu desejo na adolescência. Eu já estudava música e canto erudito e gostava muito de ópera e heavy metal. Eu via nas principais bandas como Nightwish e After Forever o meu alvo a ser seguido, porém como ainda não pagava as minhas contas, deixei esse sonho de lado. Apesar de naquela época ter montado o embrião do que hoje é a Hamen. (A Winter do EP “Altar” foi composta naquela época).

Playfonic: Qual a origem da palavra Hamen?

Monica: A palavra Hamen é uma licença poética da palavra hebraica “Amém”. Apesar do nome ser bíblico, nossa banda não tem intuito cristão. 

Nos apropriamos desta palavra pelo que ela representa para nós. Na época, quando montamos a banda, o desejo de montar uma banda era muito grande, e como tínhamos conseguido esse feito, associamos este nome a este desejo, pois trata-se da confirmação ao desejo de alguém. E assim foi feito, confirmado o desejo de montar uma banda.

Playfonic: Quais bandas/artistas são as referências na construção musical de Hamen? 

Monica: Nossa, existe muita referência no som da Hamen. Como nós temos backgrounds variados, isso nos ajuda a compor as músicas de forma cada vez mais completa e integrada aos nossos gostos e estilos.

Basicamente nossas referências estão no Symphonic Metal e no Power Metal, mas não para por aí. Nosso baixista e talentoso produtor, Matheus Maia tem muita inspiração em grandes compositores como Hans Zimmer, John Williams, J.S. Bach entre outros. Além disso, nosso virtuoso guitarrista, Cadu Puccini possui muita referência em country, instrumental e nos músicos consagrados como Steve Morse e Michael Romeo.

Já nosso violento baterista, Gabriel Pedroso possui grandes referências de progressivo, death metal. Dessa forma a gente compõe um arranjo muito variado e único da Hamen. Minhas influências estão também nas grandes cantoras como Floor Jansen, Tarja Turunen, além de Maria Callas e Montserrat Caballé, no erudito.

E em cantores masculinos como Jorn Lande, Russel Allen, Dio e Coverdale. Para compor eu sempre tento buscar influências dos mais variados estilos e com dinâmicas do crossover, com drives vocais e canto lírico por exemplo. 

Playfonic: Dia 14 de julho de 2019, aconteceu o show de lançamento do álbum Unreflected Mirror. Nos conte um pouco sobre como foram os preparativos e expectativas desse momento tão especial.

Monica: Estávamos muito empolgados com o show. Foi a primeira vez em que a banda na nova formação, tocou juntos. Visto que dois integrantes da banda moram em Brasília e dois em Santa Catarina, o que torna a junção da banda um pouco complicada devido à logística. 

Mas no final tudo deu certo. O que antes havíamos apenas gravado o álbum e tocando em separado, agora nós nos juntamos e tocamos as músicas numa mesma sincronia que tivemos ao compor o álbum à distância. Em apenas 3 ensaios conseguimos extrair o nosso talento e dar o nosso melhor ao público que estava presente, que afinal foi além do nosso esperado, novos fãs, pessoas muito interessadas pelo nosso som e matéria prima.

Fiquei muito feliz com tudo o que aconteceu. E ficamos ainda mais empolgados por tocar juntos. Estamos já preparando novos shows para nossos fãs. 

Playfonic: Sobre quais temas e mensagens o álbum Unreflected Mirror aborda?

Monica: O álbum U.M. trata-se de uma história. Nós costumamos chamar que o álbum U.M é uma série com vários capítulos, onde a cada música estamos apresentando os personagens.

Possui uma trilogia que é a Invasive Feelings e que é a partir dela que o nosso segundo álbum irá se formar, na continuação da história da personagem desta trilogia. As letras do álbum foram compostas por mim e foi inspirada em ficção científica, mundos paralelos, portais e tudo mais que nerds e fãs de sinfônico e power metal curtem muito…hehehe. As letras e conceito foram muito voltados à minha inspiração de Arthur C. Clarke, ao qual é autor do best-seller “2001, uma odisseia no espaço”.

Capa do Álbum

Playfonic: Uma galáxia e um império em chamas. Guerras e um luar. Luas e naves. Um espelho dividindo situações distintas, sem reflexo. Qual o conceito da arte da do álbum Unreflected Mirror?

Monica: Que legal essa pergunta tão detalhada, ninguém ainda não nos fez uma pergunta assim. Fico feliz pelo cuidado e carinho com nosso trabalho.

Então respondendo, o conceito da arte do álbum é exatamente o conceito das letras das músicas do álbum. Onde a guerra espacial representa um mundo e a mesma guerra está acontecendo no mundo paralelo que é a Terra. 

A guerra representa o caos, todos vivendo num mundo globalizado, olhando para si próprios e não vendo o mundo ao redor. Isso é o poder da máquina, não sabendo aonde vai dar.

E o espelho, bom, ele pode ser um portal ou uma saída para isso tudo… fica aí um spoiler do nosso próximo álbum para o leitores da Playfonic… hehehe.



Playfonic: Recentemente vocês saíram na XVI Coletânea da Imperative music, juntamente com outras 40 bandas do mundo todo, como Visions of Atlantis e Hangar. Qual a sensação de ver o trabalho de vocês alcançar voos maiores, como esse?

Monica: Estamos super felizes com esta oportunidade. Participar da coletânea da Imperative Music nos trouxe muito reconhecimento internacional, visto que a Coletânea é lançada por grandes selos na Europa e Ásia como Nuclear Blast por exemplo.

Um dos reconhecimentos é entrarmos em playlists europeias como a do Belgian Metal Schredder, confirmando ainda mais o potencial da nossa banda para o mundo. Estamos realmente muito felizes. 

Playfonic: No álbum Unreflected Mirror, vocês lançaram uma trilogia intitulada Invasive Feelings (Intimate Future, Lost Feelings, My True Freedom). Cada uma das partes conta com conteúdo bastante denso e profundo. Fale-nos sobre a mensagem traçada pelas canções.

Monica: Nossa, essa trilogia, a composição das letras, foi realmente algo muito profundo para mim. Pois trata-se de algo em que inspirei de experiências da minha vida como também de outras pessoas ao meu redor.

A fase de compor letras para mim é uma fase de ápice de criatividade. Eu sempre tento me recolher ao máximo de outras atividades da minha rotina para conseguir mergulhar no fundo do meu ser e conseguir extrair de lá o máximo de poesia e arte que eu consiga. E posso dizer que essa trilogia foi sim, algo muito profundo e denso de todo o álbum. 

-> Invasive Feelings, como o nome já diz, trata-se de sentimentos invadidos, e na trilogia eu quis representar uma personagem nas fases de sua vida, desde sua infância e adolescência, passando pela sua juventude até chegar a uma fase adulta. Onde na infância, os sentimentos são invadidos pela figura familiar, já na juventude os sentimentos são invadidos pelos amores e relacionamentos e na fase adulta, os sentimentos são invadidos por si própria, onde acaba enxergando que tudo o que viveu, não trata-se de si realmente e que na verdade é essa outra pessoa em que se encontrou neste momento e que por orgulho não se importa mais com as opiniões dos outros e aonde está e o que está vivendo.

Como falei, no próximo álbum iremos continuar esta trilogia, porque nessa fase adulta em que se encontra, não está reais sentimentos… enfim, vem muita coisa por aí ainda… hehehe. 

Playfonic: Um dos maiores nomes do metal brasileiro nos deixou. André Matos representou nossa música mundo a fora, construindo uma credibilidade imponente. Você se declarou fã dele e compartilhou uma linda homenagem em suas mídias sociais. Como a trajetória do André Matos contribuiu para a formação da identidade musical sua e da banda?

Monica: Nossa, eu sou muito fã do Andre Matos, desde minha adolescência, quando decidi cantar Metal, que eu o sigo e o admiro pelo seu talento como compositor e principalmente como cantor.

O falecimento do Andre Matos marcou muito para mim, eu me vi aborrecida nos cantos, como se um familiar meu tivesse morrido. Me surpreendi no quanto eu realmente gostava e o admirava. Foi realmente um choque para mim. O mínimo que eu podia fazer era gravar um vídeo com uma singela homenagem ao grande talento que ele foi e será para sempre. Carry on lembro que foi uma música que desde sempre eu queria cantá-la, e sempre coloquei como uma potencial música de estudos para mim e saber que após muitos anos de estudos eu consigo interpretá-la de forma satisfatória para mim, é emocionante. E Fairy Tale, eu gravei por ser uma composição grandiosa, com varias nuances, vocais líricos, e principalmente o uso da técnica de belting. 

Temos até uma história de bastidores com o Andre Matos, o quanto ele influenciou com sua marca própria. Numa de nossas composições, tem uma parte do meu vocal em que no estúdio de gravação nós chamamos de “parte Andre Matos” porque foi ele quem espalhou esse modo de cantar por aí. (Se alguém encontrar, ficarei feliz em saber nas minhas redes sociais)

Este vídeo Monica gravou em homenagem ao André Matos

Playfonic: Deixe uma mensagem para os leitores da Playfonic e fãs do Hamen. 

Monica: Sou muito grata pela oportunidade de participar desta entrevista com a Playfonic. Parabéns por serem uma mídia focada em Symphonic Metal ao qual sabemos que não possui muito destaque no meio Metal.

Fico feliz também por saber que nossa banda, nossa música, os tocaram profundamente ao ponto de nos concederem essa entrevista extremamente cuidadosa e carinhosa. Muito obrigada mesmo em meu nome e em nome de toda a banda. Para os nossos fãs e leitores, ouça nossa banda no Spotify, Deezer, iTunes, ouça nosso novo álbum “Unreflected Mirror”. Estamos também publicando materiais inéditos no nosso canal do Youtube e também Instagram

Se quer nos ver ao vivo na sua cidade, peça a gente para seus produtores locais e ajude mais uma banda independente do cenário do metal nacional. 

Além disso, acompanhe nosso Facebook para conseguir nossos Merchans como CDs físicos autografados. Muito obrigada novamente. É um prazer fazer parte disso tudo. Um abraço e nos vemos por aí nos shows. Viva o metal \…/


Monica Possel

Texto ,Entrevista e direção de arte por:
l

Ilustração e Entrevista por:
autor-rullys

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