Entrevista com a banda Arkana Fen. Música além das fronteiras.

2
arkanafen

Olá Sinfônicos, tudo bem? Abertos para novas músicas? Pois hoje trazemos uma nova banda que começou esse ano de 2019 e promete muito trazer um som de muita qualidade quando se fala em metal sinfônico e progressivo. Com seu primeiro EP lançado em março de 2019, Arkana Fen vem com o formato de trilogia, com uma história conceito, divida em três partes, em três EPs separados, cada um com três músicas. 

Até o momento temos o primeiro EP chamado Reborn from the Ashes, e em breve irão lançar a segunda e terceira parte da trilogia.

Conversamos com os três integrantes da banda, para saber o conceito e temática dessa trilogia das músicas e saber mais sobre a banda em si, que para nós com muita alegria tem o bateirista um brasileiro.

O Icaro Ravelo é o bateirista e faz arranjos orquestrais, o Eric Murdarak é o guitarrista e pianista e a Ellie Kamphuis é a vocalista. 

Fiquem com a entrevista:

Playfonic: Como e quando começou a banda? Qual o significado do nome da banda? Conte-nos um pouco da história de vocês.

Arkana Fen: Olá pessoal da Playfonic, primeiro de tudo,  gostaríamos de agradecer o espaço que vocês nos deram aqui em seu blog.

Então, a ideia inicial surgiu em meados de 2013, mas foi engavetada por falta de pessoas que abraçassem a ideia de forma verdadeira. Até que um dia o Ravelo e um amigo dele decidimos trabalhar em músicas próprias fora das nossas bandas da época.

Quando terminamos algumas músicas, comecei a procurar no youtube por vocalistas, até que encontrei a Ellie em um cover, que curiosamente era com o Eric hahahaha.

Ela aceitou o convite e decidimos oficializar tudo, até que nosso primeiro guitarrista teve um problema de saúde e o substituímos pelo Eric. Em outubro de 2017 (se eu não estou enganado) surgiu a formação que temos hoje.

Arkana era um nome de um outro projeto que eu tinha, que deriva da palavra Arcano, que segundo o dicionário significa : que ou o que é profundamente secreto, misterioso, enigmático, ou ainda, que ou o que é incompreensível, não se pode desvendar.

E Fen tem alguma coisa relacionada com lugares que guardam ou escondem tesouros.

É essa a visão que temos um pouco sobre os sentimentos.

Playfonic: Qual o tema central da história por trás das músicas?

Arkana Fen: O tema central do Reborn from the Ashes é sobre o triunfo, sobre as lutas e as dificuldades.
Reconhecendo as coisas sombrias e difíceis que acontecem na vida e fazendo a escolha de enfrentá-los e ascender acima deles. Eu acho que é um sentimento que muitas pessoas podem se identificar em algum nível, pareceu um tema muito apropriado para o começo da Arkana Fen.

Playfonic: As músicas possuem uma sinfonia incrível de se ouvir. Podemos perceber elementos clássicos, sons típicos do heavy metal e sons tribais e regionais. Nos conte sobre o processo de construção da sonoridade.

Arkana Fen: Eu, Ravelo, gosto de trabalhar fazendo associação de idéias, então quando juntei algumas peças, foi fácil chegar a uma ideia, somos de 3 países com uma cultura indígena bem forte historicamente falando, Brasil com os povos Tupi, Tupiniquim, Tapajós, Goitacases, etc…, no México temos os Maias e os Astecas e na Austrália os Aborígenes, então a primeira iniciativa foi de usar percussão tribal em algumas partes.

A questão da música regional vem do fato de sempre ter gostado, então quis adicionar esse elemento “novo” dentro do metal sinfônico, que não é tão incomum assim, só que foi meio trabalhoso achar os lugares certos para cada elemento brasileiro. Gosto de escrever a estrutura toda primeiro e depois o Eric vem refazendo ou só melhorando as guitarras, enquanto toda a parte de vozes fica por conta da Ellie, por que acho que ela tem um poder de escrita muito alto e acaba deixando ela mais confortável, uma vez que tudo o que ela canta, foi criado diretamente para o limite dela e por ela, se algo se torna difícil já sabem quem culpar hahahaha

Playfonic: Para a vocalista. Como você cuida da sua voz? Além de linda e poente, percebemos um uso criativo ao cantar. É notória a afinação e extensão vocal. Uma voz de extrema qualidade.

Arkana Fen: Muito obrigada pelas suas palavras adoráveis. Em termos de cuidado com a minha voz eu acredito que, assim como o nosso corpo físico, nossa voz precisa de execícios também. Eu tenho uma rotina de treino para a minha voz que consiste em exercícios de respiração e uma variedade de aquecimento.

Passei um tempo estudando e sendo treinada no canto clássico e embora não me identificasse como cantora clássica, acredito que essa experiência coloriu minha voz e influenciou totalmente o meu som. Também acho que liberar vídeos no Youtube me ajudou muito em termos de desenvolvimento através de desafiar-me a tentar coisas novas e encontrar meu próprio estilo dentro de uma música, mesmo que seja fora da minha zona de conforto.

Playfonic: Notamos sons peculiares e agradáveis entre as melodias. Algo que nos remetem a objetos e/ou instrumentos musicais que não conseguimos identificar, mas gostamos bastante. Que sons são esses?

Arkana Fen: Depende, temos muitos instrumentos tradicionais da percussão brasileira, como o surdo do samba e a alfaia do maracatu (que são notadas durante os solos da Fallen from Grace, parte que é feita em cima do baião e do xaxado), os famosos taikos japoneses em alguns pedaços da Reborn from the Ashes, etc.


Na própria Fallen from Grace tem uma viola de gamba ao invés do já conhecido cello, por que a idéia era fazer algo mais medieval na introdução que combinasse com a caixa de música e já remetesse à música seguinte, Scarborough Fair. O Ravelo usou muitos instrumentos não convencionais, como um metalofone de brinquedo, uma espécie de marimba de metal bem pequena que normalmente crianças usam, ovinho, e algumas outras coisas que não lembramos kkkkkk


Lyric Video da música Reborn from the Ashes:


Playfonic: Chamas de um vulcão forjando uma vida. O fogo queimando a matéria ao mesmo tempo que molda as vestes que protege e aquece. Os passos seguem firmes entre rochas e faíscas. Não há como parar alguém que renasce das cinzas. A capa do EP nos transmite todas essas sensações. Qual o conceito atrás dessa arte e qual o processo criativo deu vida a essa história representada pela capa?

Arkana Fen: Você acertou em cheio o que queríamos transmitir através da arte e como ela se correlaciona com os temas das canções.

Com a arte, queríamos que fosse diretamente relacionada com o título do EP Reborn from the Ashes tão naturalmente que quisemos um esquema de cores impetuosas. A figura da mulher representa uma pessoa em casa dentro desse ambiente áspero e sobrevivendo em um lugar que parece impossível, a própria mente.

Playfonic: Porque decidiram trabalhar em forma de EPs. Por que a escolha deste formato? E o que podemos esperar sobre os novos lançamentos?

Arkana Fen: A ideia era lançar um álbum completo, porém tivemos problemas e achamos que essa seria a nossa melhor opção, e também tem o fato de que mesmo sendo um álbum completo, ele teria essa divisão de três atos automaticamente ao ouvir:

  • Queda
  • Renascimento
  • Ascensão

Para os próximos lançamentos como banda, já temos as duas partes da trilogia terminadas e mais dois cds (completos dessa vez), a ideia é colocar mais influência brasileira ainda e trazer dois temas mais complexos para levar o ouvinte a pensar ainda mais sobre as questões que giram em torno de nossa breve existência que chamamos de vida. Mas por enquanto a parte 2 da trilogia já está sendo finalizada e trará a temática mais obscura até agora e a 3, a música mais pesada e a nossa música mais épica (que tem um estilo um pouco diferente da música brasileira hahaha)

Playfonic: Quais as principais referências musicais para vocês?

Arkana Fen:

Ravelo – Eu amo música brasileira, como Hermeto Pascoal, Luiz Gonzaga, Sivuca e Araketu (risos)

Por isso sempre tento mesclar um pouco disso dentro das minhas músicas. Dentro do metal tem – Oficina G3, Dream Theater, Angra, Periphery, Architects e Avengend Sevenfold. Ou é leve demais ou pesado pra caramba. Muita trilha sonora.

Ellie – Em ordem cronológica tenho esses 3 álbuns que mudaram a minha vida:

American Idiot – Green Day

Cit of Evil – Avenged Sevenfold

Dark Passion Play – Nightwish

Trilha sonoras como Senhor dos Anéis

E um estilo de música que gosto que é meio inesperado é Big Band Swing.

Playfonic: Por último, mas não menos importante. Gostaríamos que deixassem uma mensagem para os leitores da playfonic e seus fãs?

Arkana Fen: Antes de mais nada, gostaríamos de agradecer novamente o espaço que vocês nos deram aqui na Playfonic.

Aos leitores, deixamos nosso agradecimento por tirarem um tempinho e ouvir o nosso trabalho, isso nos dá cada vez mais vontade de compartilhar novas experiências com vocês. Fiquem ligados nas novidades que vão vir em breve, por que elas serão épicas =)

Muito obrigado pelo suporte, Leandro e toda a equipe do blog, vocês são incríveis.

Até a próxima.


Vocês podem ouvir as músicas deles no Spotify e as outras plataformas:

Spotify Arkana Fen


Entrevista e Direção de Arte por:l

Entrevista e Ilustração por:
autor-rullys

Compartilhe

2 thoughts on “Entrevista com a banda Arkana Fen. Música além das fronteiras.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *